Projeto Folclore: Tipos de Habitação

Ranchos de capim

Os beirados do teto (de duas águas), de armação de taquara com trama de capim, atingem o solo. É chamado de "bendito", na Campanha e "xicaca" em São Gabriel. No litoral é do mesmo feitio, porém utilizando tiririca (esteiras), abrigando pescadores de camarão. No planalto protege os vencedores de pinhão, havendo cobertura de plásico.

Ranchos de Torrão

Geralmente de duas águas. Há de meia- água (uma só caída no telhado). Retira-se o torrão com pá, no comprimento de um palmo e meio, por um de largura e um de profundidade. As paredes são levantadas com torrões, utilizando-se armação de troncos nos cantos ou esquinas para a porta e janela. Constrói-se o teto de madeira que repousa sobre as paredes do torrão. Faz-se a cobertura de quincha de santa fé ou outros capins, chão de terra batida, aproveitando a terra dos capins (casas térmitas).

Ranchos de Leivas

Na região Sul, são feitos de leiva, construindo-se de forma idêntica aos de torrão, de leiva mais fina, conservando-se acobertura de capim (Santa Vitória do Palmar).

Rancho de palha

Encontrado no litoral, nos fundos de casa, serve não só como moradia, mas também para guardar objetos. Para construção, fazem em primeiro lugar, armação com varas grossas, esteios, linhas, etc. Os esteios são fincados no chão. As paredes feitas de tiririca ou junco, colocadas de baixo para cima. A fim de prender as franjas de palha coloca-se sobre elas, uma taquara nua. A amarração das esteiras é feita com arames, ou pregada. Há ranchos feitos de zincos (paredes) e cobertos com espadama (tipo de palha), (Mostardas).

Rancho Barreado

Faz-se na Missões com armações estacadas no chão. Sobre a armação taquaras lascadas. Há quem trame, na tela de taquara, ramos. A seguir, barreiam. Ao barro socado, juntam capim picado ou estrume de gado, para obter melhor liga. O barreado é feito poe dentro e por fora. Não pintam a cal, como ocorre no Nordeste. A cobertura é feita de quincha de santa fé, capim barbacena e outros capins. Na fronteira com o Uruguai, encontram-se ranchos mistos: barreados até a certa altura e, daí para cima, de esteira em palha.

Rancho de xaxim

Verifica-se na região serrana (São Francisco de Paula).

Casa de Madeira

Comum no RS, com cobertura de telha de barro, zinco, telhas de madeira ou cobertura de palha ou capim. No alto Uruguai, fazem-se casas de lascas de madeira e costaneira. Confeccionam-se alguns telhados com tábuas na horizontal, isto é, em escamas (Cel. Biaco, Redentora).

Enxaimel

Não só nas zonas de colonização alemã. Construção de armação de madeira com tijolos ou pedras, expostas para levantamento de parede. Em Agudo, Faxinal Soturno, Dona Francisca, apenas o madeiramento aparece exposto (Enxaimel: armação para bolo).

Casa ou Rancho de pedra

Nas Missões, São Luíz Gonzaga, São Borja, São Nicolau, São Antônio das Missões, Itaqui, essas casas são comuns. Superpõem-se as pedras, mesmo irregulares, com barro. Os telhados são de meia água, com a frente mais alta.

Casa de lata

Aparecem na fronteira com o Uruguai (Quaraí, Santana). Algumas são feitas de latas de azeite abertas.

Casas da região de colonização italiana

Faziam de pedra, contam com dois andares. A parte térrea, comumente de pedra ou tijolos é denominada "largar". A parte superior, geralmente de madeira sem muita beleza. Telhados de duas águas, são cobertos de folhas de zinco, telhas de barro ou tabuinha. Os beirais dos telhados apresentam ornatos de madeira recortada (lambuquins).

Casa de passagem

Em algumas localidades (colônia italiana), os lavradores que moram distantes dos núcleos (praça, igreja, comércio) têm sua casa de passagem, (ficam lá apenas no domingo). Pequena, oferece apenas o necessário.

Casa "bolante" ou "volante"

Encontrada no litoral. Em São José do Norte há "volanta" sobre rodas. Em Santa Vitória do Palmar e Mostardas, "volanta" com arames grossos ou correntes para ser puxada com o auxílio de rolos ou troncos.

O puxado

Caída de meia água, onde funciona a cozinha.

A tenda

Tipo de puxado que se liga ao comércio de estrada ou rua, onde o proprietário pernoita.

Maloca

Nesse tipo de moradia, indica a carência de bens materiais, podem ser obsrevadas latas com folhagens penduradas.

Casa sobre estacas

Esse tipo de edificação palafíica é encontrada no litoral, como em áreas ribeirinhas.

Vila (casa com nome)

Além das fazendas, granjas e chácaras apresentarem sua denominação em placas nos portões, aparecem casas com os diversos nomes (litoral).

Galpão

Dormem os rapazes solteiros da casa e a peonada. Guardam os arreios. Fica o fogo de chão. O "pai do fogo" tronco queimado dias a fio, é substituído, quando enfraquece. Tem três paredes, uma é aberta, dá para fora. São feitos de madeira bruta, confeccionados de tijolos, pedra ou barro batido. A cobertura de quimera de capim, tabuinha, telha de barro ou tábuas (escamas). É de construção rudimentar (esteios, linhas, tesouras são de troncos rústicos). Alguns apresentam quartos assoalhados.

Telhas, aberturas e plantas

Duas ágaus é o telhado com duas inclinações; meia-água, apenas uma inclinação. O de quatro águas, chama-se redondo na região do litoral. Beira-chão, o telhado que encosta no chão, tipo "bendito". As casas de tradição lusa, apresentam características de frente com porta e janela.

Tijolo adobe

Os tijolos são de tamanho maior que os forneados e apenas secos ao sol. Fabrica-se manualmente, com socadeira e guilhotina rudimentar.

Tijolo a campo

Feito em fornalha rudimentar no próprio campo, onde é retirado o barro (Quaraí, Bagé, Rosário do Sul, Viamão).

Parede Socada

Parede socada ou "estuque" (armação de madeira onde socavam barro com pedras, depois a armação era retirada).

Telha de Tabuinha

Aproveitam a cabriúva depois grápia e a canela-guaiacá. Madeira que lasca não serve. Uma cobertura de cabriúva pode durar 30 anos. São colocadas por meio de pinos de madeira ou pregos.

Cobertura de sacos de cimento

Aproveitam materiais como: sacos plásticos (adubo), presos com ripas (Ijuí e Júlio de Castilhos).

Festa de Cumeeira

Festivaidade popular, quando em torno da colocação de cumeeira (telhas ou material que dá o toque final no telhado). O dono da casa oferece um churrasco regado a vinho, chop, aos que ajudavam na construção.

 

Fontes: Rio Grande do Sul - Aspectos do Folclore - 4ª Edição Martins Livreiro Editor

            Site: http://cantinhogaucho.blogspot.com/2012/06/tipos-de-habitacao.html