As
longas noites de inverno, nas primitivas tribos indígenas levaram os nativos a
descobrir o "Fogo de Chão". Próximo de suas ocas construíam locais
onde as famílias reuniam-se ao redor do fogo.
As brasas incandescentes eram um verdadeiro convite
para o doce aconchego, quando o frio parecia congelar o ideal, a vida e o
próprio tempo.
As lidas campeiras passaram a ser o tema central,
enquanto o chimarrão corria de mão-em-mão. O "Fogo de Chão" aquecia o
sentimento nativo do mestiço, projetando-se o ideal campeiro do gaúcho e isso
foi passado de geração para geração. Ao redor do "Fogo de Chão", nas
rodas de
chimarrão, foram tomadas grandes decisões históricas do Rio Grande do Sul.
A convivência galponeira é tão tradicional no Rio Grande do Sul, que numa
fazenda chamada Boqueirão em São Sepé, um "Fogo de Chão" é mantido
aceso há mais de duzentos anos. A fazenda Boqueirão fica no distrito de Vila
Block, município de São Sepé a 260 km de Porto Alegre. O fogo é alimentado por
toras de madeira de lei chamadas guarda-fogo ou lenha de combustão, o que
permite que a chama se mantenha acesa enquanto todos dormem. A história conta
que este
fogo foi aceso por um índio charrua ou por um negro escravo e mantido ao longo
do tempo devido inicialmente às dificuldades de se fazer fogueiras, e,
posteriormente como forma de ver-se mantidos os caprichos do Patrão. A chama
acesa arde constantemente num galpão com estrutura de 1818, tornando-se hoje
centro de romarias nativistas e tradicionalistas.
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