terça-feira, 28 de agosto de 2012

CHARLA DE MATEADOR Autor Jayme Caetano Braun

Ah! Mate amargo bendito
que tenteio reverente,
o passado e o presente
passam    ente mim, contrito,
aqui matiando solito
junto do meu cusco baio,
quero sair mas não saio,
do peso desta agonia,
como Confúcio diria:
o mundo velho é um balaio...

E, dentro dele, eu me vejo,
no barro de uma mangueira,
quando apojava tambeira,
tirando leite pra queijo
e de falquejo em falquejo,
repisando trajetória,
trago vivos na memória
os arrepios que sentia,
quando ouvia e aprendia
os “causos” da nossa história.

Ah, Centauros que riscaram
as marcas da nossa linha,
desta pátria que era minha,
e os ancestrais nos legaram
e que agora hipotecaram,
por má-fé ou falta de senso!
olho o tempo, quieto, imenso,
tão presente e sempre antigo,
e passo a remoer comigo,
tudo o que sinto e que penso!

Meu cusco de patas juntas,
debruçado no borralho,
como eu, joga baralho,
com recordações defuntas,
como a fazer-me perguntas,
silencioso, de mãos postas,
eu não posso dar-lhe as costas,
a um amigo, não se mente,
fico mateando, somente,
porque não tenho resposta,...

E aqui neste lusco-fusco,
de silêncio e de fumaça,
me enternece e me congraça,
a ternura do meu cusco,
e até compara-lo, busco,
no fundo do pensamento,
com as máguas e o sofrimento
dos humanos que se ofendem,
se matam, se desentendem,
por falta de sentimento.

E chego a entender, em parte,
a religião que comungo,
um pago, um cusco, um matungo,
uma china, um estandarte,
e por que o Rio Grande é parte
do Brasil, no todo imenso,
eu sou brasileiro, penso,
e, ao mesmo tempo, não sou,
ainda ninguém me explicou:
o pingo, a bandeira, o lenço...

http://www.juntandorimas.com/poesias/jayme/charlademateador.htm

Arroz de Carreteiro Jayme Caetano Braum

Nobre cardápio crioulo das primitivas jornadas,
Nascido nas carreteadas do Rio Grande abarbarado,
Por certo nisso inspirado, o xiru velho campeiro
Te batizou de "Carreteiro", meu velho arroz com guisado.

Não tem mistério o feitio dessa iguaria bagual,
É xarque - arroz - graxa - sal
É água pura em quantidade.
Meta fogo de verdade na panela cascurrenta.
Alho - cebola ou pimenta, isso conforme a vontade.

Não tem luxo - é tudo simples, pra fazer um carreiteiro.
Se fica algum "marinheiro" de vereda vem à tona.
Bote - se houver - manjerona, que dá um gostito melhor
Tapiando o amargo do suor que -
às vezes, vem da carona.

Pois em cima desse traste de uso tão abarbarado,
É onde se corta o guisado ligeirito - com destreza.
Prato rude - com certeza,
mas quando ferve em voz rouca
Deixa com água na boca a mais dengosa princesa.

Ah! Que saudades eu tenho
dos tempos em que tropeava
Quando de volta me apeava
num fogão rumbeando o cheiro
E por ali - tarimbeiro, cansado de bater casco,
Me esquecia do churrasco saboreando um carreteiro.

Em quanto pouso cheguei de pingo pelo cabresto,
Na falta de outro pretexto indagando algum atalho,
Mas sempre ao ver o borralho onde a panela fervia
Eu cá comigo dizia: chegou de passar trabalho.

Por isso - meu prato xucro, eu me paro acabrunhado
Ao te ver falsificado na cozinha do povoeiro
Desvirtuado por dinheiro à tradição gauchesca,
Guisado de carne fresca, não é arroz de carreteiro.

Hoje te matam à Mingua, em palácio e restaurante
Mas não há quem te suplante,
nem que o mundo se derreta,
Se és feito em panela preta, servido em prato de lata
Bombeando a lua de prata sob a quincha da carreta!

Por isso, quando eu chegar,
nalgum fogão do além-vida,
Se lá não houver comida já pedi a Deus por consolo,
Que junto ao fogão crioulo,

Quando for escurecendo, meu mate -amargo sorvendo,
A cavalo nalgum tronco, escute, ao menos, o ronco
De um "Carreteiro" fervendo.


http://www.juntandorimas.com/poesias/jayme/arrozdecarreteiro.htm

Amargo Jayme Caetano Braum

Velha infusão gauchesca
De topete levantado
O porongo requeimado
Que te serve de vazilha
Tem o feitio da coxilha
Por onde o guasca domina,
E esse gosto de resina
Que não é amargo nem doce
É o beijo que desgarrou-se
Dos lábios de alguma china!

A velha bomba prateada
Que atrás do cerro desponta
Como uma lança de ponta
Encravada no repecho
Assim jogada ao desleixo
Até parece que espera
O retorno de algum cuera
Esparramado do bando
Que decerto anda peleando
Nalgum rincão de tapera!

Velho mate-chimarrão
As vezes quando te chupo
Eu sinto que me engarupo
Bem sobre a anca da história,
E repassando a memória
Vejo tropilhas de um pêlo
Selvagens em atropelo
Entreverados na orgia
Dos passes de bruxaria
Quando o feiticeiro inculto
Rezava o primeiro culto
Da pampeana liturgia!

Nessa lagoa parada
Cheia de paus e de espuma
Vão cruzando uma, por uma,
Antepassadas visões
Fandangos e marcações
Entreveros e bochinchos
Clarinadas e relinchos
Por descampados e grotas,
E quando tu te alvorotas
No teu ronco anunciador
Escuto ao longe o rumor
De uma cordeona floreando
E o vento norte assobiando
Nos flecos do tirador!

Sangue verde do meu pago
Quando o teu gosto me invade
Eu sinto necessidade
De ver céu e campo aberto
É algum mistério por certo
Que arrebentando maneias
Te faz corcovear nas veias
Como se o sangue encarnado
Verde tivesse voltado
Do curador das peleias!

Gaudéria essência charrua
Do Rio Grande primitivo
Chupo mais um, pra o estrivo
E campo a fora me largo,
Levando o teu gosto amargo
Gravado em todo o meu ser,
E um dia quando morrer,
Deus me conceda esta graça
De expirar entre a fumaça
Do meu chimarrão querido
Porque então irei ungido
Com água benta da raça!!! 


http://www.juntandorimas.com/poesias/jayme/amargo.htm

MATEANDO Glaucus Saraiva

Quando a saudade maleva
Guasqueia forte o meu lombo
De supetão dou-lhe o tombo
E espanto a guecha algariada,
Numa charlita animada
Com a boca de meu porongo.

 Muitas vezes, tironeando,
Busco a sombra do galpão
Vou remechendo um tição
Acordo as brasas soprando,
E a chama vai levantando
Do "pai-de-fogo" no chão.

Chego a brasa no crioulo,
Depois encosto a chaleira,
Vou direito à prateleira
E com carinho destampo
A lata, cheiro de campo,
Da erva boa da Palmeira.

Palmeio o velho porongo,
Derramo a erva com jeito,
Encosto a cuia no peito,
Batendo a erva pra um lado,
Com os dedos enconchados
Formo um topete bem feito

Com um pouquinho de água morna
Que despejo com cuidado,
Tenho o amargo ajeitado
Que ponho a um canto, pra inchar
Espero a água esquentar
Pitando um baio sovado.

A pava chiou no fogo,
encho a cuia que promete
A espuma se arremete
Vem pra cima borbulhando
E acariciante, beijando
Engrinaldeia o topete.

Agarro a bomba de prata
Tapo o bocal com o dedão,
Calço o bojo no chão
Da cuia e vou destampando
Um pouco do chimarrão.


Derramo outro tanto d’água,
O que ainda aumenta o calor
E o mate confortador
Vou sorvendo em trago largo,
Pois me saiu um amargo
Despachado e roncador
  
Encho outra vez o porongo
Vou tragueando lentamente
E escuto nitidamente,
Como um chamado ancestral,
Um murmúrio paternal
Falando na seiva quente:

"Meu filho, levanta a testa,
Porque a vida é um desafio
Se o teu presente é sombrio
E já sentes, mermando,
Teu coração balanceando
Dentro do peito vazio.

Se amores e ideais alçadas
Muito te custa esquecer
E se estás a envelhecer
A mocidade chorando
Não esquece que, lamentando
Jamais o fará volver.

Se pelecharam teus sonhos
Amananciados em criança;
Se assististe à matança
De tua última ilusão,
Nota bem o chimarrão
Tem o verde da esperança.

FILHO DO PAMPA Glaucus Saraiva

Nasci num berço de capim rasteiro,
pastorejado pelo avô charrua!
Abri os ulmões ao sopro do pampeiro
que acariciava as minhas carnes nuas...

Mamei no seio verde da oxilha
em meu primeiro beijo filial,
acalentado à voz de farroupilhas,
embalado no lombo de um bagual.

E os primeiros sons deste meu peito
foi minha mãe - amor de mãe perfeito,
que ensinou, fitando o céu azul:

"Meu filho...Padre-nosso, Ave-Maria"
- e com a voz embargada repetia:
"Ave-Maria...e Rio Grande do Sul!!!"

http://www.juntandorimas.com/poesias/glaucus/filhodopampa.htm

CHIMARRÃO Glaucus Saraiva

Amargo doce que sorvo
num beijo em lábios de prata!
Tens o perfume da mata
molhada pelo sereno.
E a cuia, seio moreno
Que passa de mão em mão
traduz no meu chimarrão
em sua simplicidade,
a velha hospitalidade
da gente do meu rincão.

Trazes à minha lembrança,
nesse teu sabor selvagem,
a mística beberagem do
feiticeiro charrua
o perfil da lança
nua encravada na coxilha,
apontando, firme, a trilha
por onde rolou a história;
empoeirada de glória
da Tradição Farroupilha.

Em teus últimos arrancos,
no ronco do teu findar,
ouço um potro corcovear
na imensidão do pampa!
E minha mente se estampa,
reboando dos confins,
a voz febril dos clarins
repenicando: Avançar...
Então me fico a pensar,
apertando os lábios assim,
que o amargo está no fim,
é o sangue de 35
que volta verde pra mim.

Poesia USTED SIEMPRE SERÁS MI SOL AL REVÉS de ELTON SALDANHA

NA JANELA DO RECUERDO UMA MUTUCA REVOA,
UMA CANTIGA CAÇOA QUANDO BRINCA O SOL NA FLOR,
E NO ENTANTO ESSA DOR, QUE NÃO VÊ O TEMPO PASSAR,
ARRASTA MANDURUVÁ NA MINHA HISTÓRIA DE AMOR.
REMANSEAVA "EL VINO" COM A PONTA DA CHAIRA. NA NEGRA CAMBONA
E A ALMA DE PEOA, DA MOÇA DAS CASAS,
QUEIMAVA NAS BRASAS DA VOZ DO PAIANO.

USTED SIEMPRE SERÁS MI SOL AL REVÉS
REVERBEROU A MULATA, E A FRASE FICOU TISNADA
NAQUELES LADRILHOS CLAROS, NAS AURAS DUMA POESIA.
ELA, UMA PEOA DAS CASAS, ELE E SEU PALA COM ASAS,
MEU DEUS, QUEM ELE SERIA?

ALI NÃO TINHA CRUZO, NÃO TINHA VAU.
ERA PENHASCO E PERAU, ESCARPAS QUE ERAM UM ABUSO.
MEIO GRINGO, MEIO LUZO, O PINGO, GÊMEO DE DONO,
DESDE ENTÃO PERDERA O SONO, NO PALAVREIO DO INTRUSO.

O CORREAME SURRADO, A PRATARIA POLIDA,
A CARONA PUÍDA, PELEGUITO ENCAROÇADO.
UM DOZE BRAÇAS CHUMBADO E UM CORAÇÃO NA PEITEIRA.
E AQUELA FALA ESTRANGEIRA DE UM AMOR CONTRABANDEADO
NA MOLDURA DO POENTE.

QUANDO MIGUAVA O VERÃO CORTANDO O CAPÃO,
SE INVIEZANDO AO CORREDOR. PASSE PRA DIANTE, SENHOR,
DISSE UM, QUE LHE DANDO TRELA, TINHA UMA FLOR NA LAPELA,
MORENA DA COR DO AMOR.

VIERAM MUGIDOS DA VÁRZEA E A TARDE SE RECOLHEU,
A NOITE POLEANGA ERA UM BREU,
NO CÉU NENHUMA ESTRINHA,
SÓ UMA BRASA NA COZINHA E UM FOGO LÁ NO GALPÃO,
E UM INCÊNDIO DE PAIXÃO NO CORAÇÃO DA PRETINHA.

PORQUE TODO TEATINO TEM TINO PRAS CANTORIAS,
ERA PONTEIO E POESIA E AS ALMAS NA VOZ TROCADA,
NA PENUMBRA DA RAMADA FANTASMAS PEDEM GUARIDA.
COMO A DIZER QUE ESTA VIDA PODE SER TUDO OU PODE  SER NADA.

DESDE ENTÃO A MOÇA PEOA VAREIA DE OLHAR PARADO,
TRAZ UM NOVELO ENCARNADO PRA BORDAR NO BASTIDOR.
E, SÓ CORAÇÃO E FLOR, E ALMA DE CARPIDEIRA,
NUM AMOR DE VIDA INTEIRA PRA QUEM NUNCA TEVE AMOR.

QUANDO UM MATUNGO SE PLANCHA, QUANDO UM MALEVA SE NEGA,
NUMA TORMENTA NAVEGA O DESTINO DAS PESSOAS.
A AVE AGOURENTA ENTOA, QUANDO O NOSSO SONHO QUEBRA,
SE ENDURECE, VIRA PEDRA, AQUELA LEMBRANÇA A TOA.

DIZ QUE POR MAULA E ANDEJO PERDEU O MAPA DO PAGO,
POR PATACUADA E POR POR TRAGO, NUM RESCALDO POR PELEIA,
LHE EMBRETARAM NA CADEIA POR UMA COIMA DE TAVA,
MAS NÃO PRENDERAM AS PALAVRAS, QUE AINDA ESCUTO VOLTA E MEIA.

O TAL PAISANO CASTILHA, COM SEU PINGO E SUA GUITARRA,
VEIO JUNTO COM AS CIGARRAS SE FOI JUNTO COM O VERÃO.
LATEJA NO CORAÇÃO UMA FRASE DE VIÉS,
QUE ESSE TAL SOL AL REVÉS
É A LUZ DA MINHA SOLIDÃO.


http://www.juntandorimas.com/poesias/elton/usted.htm

O chapéu gaúcho Autor: Nico Fagundes


Antes da chegada do branco, o índio não usava qualquer tipo de cobertura. Quando muito, prendia os cabelos com fita de couro ou de fibra vegetal que os castelhanos chamam de vincha. De resto, a farta cabeleira protegia a cabeça do sol e da chuva. 
 
Os portugueses trouxeram dois tipos de chapéu: o de feltro, de copa alta, e o de palha, comumente chamado de "abeiro". O chapéu de feltro era caro, usado normalmente por homens de posse. O de palha (de arroz, de trigo ou de milho) era do homem comum e da gurizada das estâncias. Militares, magistrados e pessoas importantes usavam até a primeira metade do século 19 o chapéu bicórnio estilo napoleônico, conforme descrição dos cronistas do passado e de pinturas de Jean-Baptiste Debret, substituído depois pelo chapéu tricórnio. 

Após a guerra do Paraguai, a copa do chapéu de feltro vai se achatar e a aba do chapéu ficará mais larga, tomando as formas que o chapéu campeiro gauchesco ostenta até hoje, invariavelmente preso por um barbicacho que passava por baixo do queixo ou abaixo do lábio inferior. O barbicacho surgiu pela necessidade de fixar o chapéu á cabeça durante o ato de cavalgar, sobretudo nas galopadas. O chapéu do tropeiro sempre foi característico: para não juntar água em caso de chuva, a copa era e ainda é amassada em forma de pirâmide. O gaúcho da fronteira gosta de usar o chapéu de feltro com abas mais ou menos retas, como o chapéu português do campino ribatejano. Já o gaúcho serrano tradicionalmente usava o chapéu desabado na frente e atrás. Depois do advento do cinema e do caubói, o gaúcho serrano passou a levantar as abas do chapéu dos dois lados. 

O chapéu de palha, que tem entre nós a própria idade do Rio Grande do Sul, ainda é o chapéu por excelência do guri gaúcho. Com a chegada dos colonos alemães e italianos, o chapéu de palha se popularizou ainda mais, mas sofre de preconceito por parte dos tradicionalistas, que tendem a identificá-lo com o chapéu do caipira paulista.

Mas o chapéu mais tipicamente gauchesco, o mais original, era o "chapéu pança de burro", cortado circularmente da barriga de um muar e amoldado, ainda fresco, na cabeça de um palanque. Com o uso, perdia o pêlo e tomava uma cor esbranquiçada, conforme aparece em quadros de Debret.


Origem: ZH Digital, coluna semanal de Nico Fagundes publicada em 10 de setembro de 2007.

Milonga Das Tres Banderas Luiz Marenco

Vieja milonga pampeana
Hija de llanos y vientos,
Chiruza de cuatro alientos
De la tierra americana;
Vieja milonga paisana
De los montes y praderas,
Tus mensajes galponeras
Trenzaran en la oración
Al pié del mismo fogón
Los gauchos de tres banderas.
Brasileño y oriental,
Rio-grandense y argentino,
Piedras del mismo camino,
Aguas del mismo caudal,
Hicieran, de tu señal,
Himnos de patria y clarin,
Hasta el mas hondo confin,
Bajo el cielo americano,
De Osório-Artigas-belgramo,
Madariaga y San Martín!

A tu conjuro peliaran,
Vieja milonga machaza
Los centauros de mi raza
Que al más allá se marcharan
Y las hembras te besaran
Con cariño y con amor
Cuando en la guitarra flor,
Enriedada en el cordeje,
Fuiste un llamado salvaje
Al corazón del cantor!
Milonga - poncho y facón,
Calandria pampa y lucero,
Grito machazo del tero,
Calor de hogar y fogón,
Milonga del redomón,
Llevando pátria en las ancas,
Milonga de las potrancas
Milonga de las congojas
Milonga divizas rojas,
Milonga divizas blancas.

Blanco y azules pañuelos,
Celeste verde amarillos,
Milonga de los caudillos
Que hilvanaran nuestros suelos,
Milonga de los abuelos
De las cepas cimarronas,
Milonga de las lloronas
Repiquetiando de lejos,
Milonga de los reflejos
En las trenzas de las peonas.
Martín Fierro - el Viejo Pancho,
Blau Nunes y Santo Vega,
Tu sonido gaucho llega
Parido nel mismo rancho
Y a lo largo y a lo ancho
Dibuja el suelo patrício
Cuando el payador de ofício
Repunta en vuelo bizarro,
Lanceros de Canabarro,
Rastreadores de Aparício.

Con tu sonido encadenas
Nel mismo pampa dialecto,
Antonio de Souza Neto,
Poncho - lanza y nazarenas,
Milonga sangre en las venas
De la história que se aleja,
Leyenda de pátria vieja
Que hizo del cielo divisa
Con Justo José de Urquiza,
Juan Antonio y Lavalleja.
Milonga de tres colores
Punteada en cuerdas de acero,
Cuando el último jilguero
Ensaya sus esteretores,
Nosotros los payadores,
De la tradoción campera,
Saldremos a campo fuera,
Por los ranchos y fogones,
Tartamudeando oraciones
Pa' que el gaucho no se muera

Pero el jamás murirá,
Gaucho no puede morir,
Es ayer y el porvenir,
Lo que fué y lo vendrá,
La lanza y el chiripá
Podran quedar nel repecho,
Pero - liberdade y derecho,
Dignidad y gaucheria,
El patriotismo y la hombria
Los guardamos en el pecho.
Milonga de tres bandeiras,
Templada por manos rudas,
Mensaje de Dios, sin dudas
Sin cadenas ni fronteras,
Mañana por las praderas
El viento pampa resonga
Con su guitarra de estrellas
Haciendo pátria con ella
Pues donde hay pátria, hay milonga

Composição: Jayme Caetano Braum - Noel Guarany 



A Mulher Gaúcha


As épocas são caracterizadas pelas idéias, as quais geram inúmeros acontecimentos. Não podemos sequer pensar, que, em cada período da história interfere uma única corrente ideológica, pois a evolução social não é linear.
          A história da humanidade constata a sujeição da mulher em relação ao homem, o que não anula a existência de mulheres, que se destacaram naquelas épocas remotas, nos mais diferentes setores das atividades sociais, muito embora, pouquíssimo se tenha registrado. Essa é a grande razão da sociedade falar em machismo & feminismo.

          O feminismo, como movimento organizado, surgiu de fato, na Revolução Francesa e a história da emancipação da mulher tomou vários rumos.
          Atualmente, a mulher abandona, cada vez mais, o galope dos cavaleiros andantes de um ideal meio lírico de libertação, vendedor de ilusões, para posicionar-se lado a lado dos homens na estrada da grande aventura empregnada de desventuras.
          A sociedade rio-grandense tem tradição machista, pois é originária de uma oligarquia militarizada, que demarcou fronteiras, através de lutas e de guerras.

A formação da mulher, desde a mais tenra idade, é direcionada para cuidar dos afazeres domésticos, rezar, enquanto aguarda o casamento com o noivo, que era escolhido pelo pai.
          A liderança singular da mulher, como mola-mestra do lar, não pode ser anulada e tão pouco esquecida pela sociedade gaúcha, pois sua participação ativa sempre deteve a estrutura da família e da sociedade.
          Não podemos esquecer, que a mulher sempre trabalhou nas estâncias, assegurando a economia do Rio Grande do Sul, enquanto seu pai, esposo e filho saiu para defender as fronteiras e os ideais rio-grandenses.
          Dentre tantas grandes mulheres, que se destacaram no cenário Rio-grandense, em defesa das nossas fronteiras, destacamos a Marquesa de Alegrete: heroína anônima, nobre pampeana, que em 14 de janeiro de 1717, na Batalha de Catalan, ao lado do esposo Marques de Alegrete – Luiz Telles de Caminha e Menezes e do filho, ajudou a escrever, com sangue suor e lágrimas, a história das batalhas entre Portugal e Espanha, servindo como enfermeira, mãe e até soldado, na demarcação de fronteiras do nosso pago gaúcho.

A participação da mulher foi de fundamental importância no contexto da formação histórica, social e cultural do Rio Grande.
          A Revolução Farroupilha colocou a mulher num encontro ingrato e arriscado com a vida, porém, por mais ameaçadoras, que se tenham apresentadas as circunstâncias, ela sempre soube manter-se firme: quanto mais a situação era adversa, mais a mulher soube se transformar na forja sagrada das convicções do herói farroupilha.
          A mulher guerreira ficou conhecida por "vivandeira", a "china de soldado", foi a mulher, que acompanhou as tropas em seus deslocamentos e permaneceu nos campos de combate cuidando do soldado.
          A mulher estancieira foi a mulher, que permaneceu na estância, administrando as lides campeiras e domésticas, tomando conta do lar, dos filhos, da estância e cuidando dos negócios do homem ausente, que rezava pelos vivos e chorava os mortos. Era, aos olhos de Deus e da sociedade patriarcal – a mãe, a esposa, a filha – permanecendo em casa, aguardando ansiosa o desfecho da guerra e o retorno do guerreiro.

          A história também registra a mulher farroupilha do decênio heróico, que foi a mulher que, de uma forma ou de outra, figurou na história oficial do decênio heróico. Dentre elas, citamos Anita Garibaldi (Ana Maria de Jesus). Mulher intensamente feminina, ativa, forte de ânimo, de decisões rápidas, uma exímia cavaleira, que despertou em Giuseppe Garibaldi um fortíssimo sentimento, mesmo nos poucos contatos, que tiveram em Santa Catarina, quando da invasão de Laguna pelas tropas farroupilhas, além de Maria Josefa da Fontoura Palmiro, que promovia reuniões políticas em sua casa, em Porto Alegre, em apoio a Bento Gonçalves e aos Farrapos, também defendia a libertação dos escravos e tantas outras.
          Muitas foram as heroínas desconhecidas, que lograram entrar na história, mas nem sequer seu nome é conhecido, como Caetana, esposa de Bento Gonçalves da Silva e Elautéria, mulher de Manuel Antunes da Porciúncula.

Foi neste dificílimo momento, que o valor da mulher farroupilha foi testado, fazendo com que seu coração vivenciasse as inúmeras novas circunstâncias, levando a sujeitar-se às necessidades, aos infortúnios, mas ela foi competente em sua função, incansável no desempenho do seu papel. Encantadora e generosa, companheira, não se deixou arrastar por convicções derrotistas, deixando na história um admirável perfil, abrindo perspectivas esplêndidas de esperança para seu companheiro, com admiráveis e imprescindíveis fatores decisivos e determinantes da inacreditável persistência dos farrapos.
          A mulher farroupilha, com seu sentimento de compreensão e solidariedade, muito auxiliou o desenvolvimento da semente da República Rio-grandense, fazendo frutificar, em heroísmo, a alma da gente farroupilha. Ela soube avaliar e enfrentar o perigo, não para receá-lo e sim para combate-lo. Esta foi a mais sublime e valorosa lição feminina, raramente descrita com a merecida justiça e homenagem dos pósteros.

A mulher sempre promoveu a mais iluminada unidade de fé, auxiliou a compor as mais importantes páginas da história gaúcha, em meio a grande destruição, acreditou e fez acreditar, que sempre se salva algo dignificante da vida.
          Inúmeras foram as heroínas anônimas, que, cuidando dos filhos, dos interesses familiares e da economia do Rio Grande, deram ânimo, apoio e acreditaram nos anseios farroupilhas.

Voltando o olhar sobre nosso heróico passado, constatamos que, mesmo durante o dramático e sangrento decênio farroupilha, o homem nunca esteve só: a providência divina colocou ao seu lado uma grande auxiliadora e fiel companheira, que lhe foi idônea.
          Como vive atualmente a mulher gaúcha? Nós mulheres já paramos para pensar quantas profissões exercemos ao mesmo tempo? Será que nosso companheiro e esposo, filhos já imaginaram o que é ser, ao mesmo tempo, mulher companheira, mulher mãe, mulher profissional a buscar o seu espaço, mulher economista, mulher enfermeira a cuidar de seus filhos e familiares adoentados, mulher psicóloga a entender, a auxiliar, a dar ânimo ao esposo, ao filho, frente a situações do cotidiano, mulher doméstica nos afazeres do lar, mulher cozinheira a preparar o alimento para a família, mulher intelectual, mulher social, mulher telefonista, mulher política, tudo por conta dos inúmeros afazeres diários? Pois é isso mesmo, na volta das vinte e quatro horas do dia, uma única mulher exerce todas as profissões possíveis e imagináveis.

O tradicionalismo prima por preservar, divulgar e cultuar a tradição gaúcha, ou seja, o patrimônio sócio-cultural desta sociedade com tradição machista.
          Mas a mulher gaúcha, com sua intuição feminina de simplicidade, sentimento materno e inteligência, soube conquistar seu espaço ao lado daquele que é considerado o "mais machista dentre os homens".
          A mulher tradicionalista está ao lado do homem tradicionalista a orientar, a administrar e a planificar o tradicionalismo gaúcho. A mulher tem contribuído e muito para o engrandecimento e fortalecimento dos princípios, da filosofia do tradicionalismo, do cumprir e fazer cumprir seus Estatuto e Regulamento, suas normas, ao desempenhar funções como Patrão, Coordenadora Regional, Conselheira e detentora de outros cargos tão importantes e decisivos na estrutura organizacional e administrativa do tradicionalismo gaúcho, no propagar, divulgar e cultuar a tradição do Rio Grande


É bem verdade, que somos uma minoria, mas por opção da própria mulher e não por imposição do homem tradicionalista.
          Em 1947, surgia a Ronda Gaúcha e a Chama Crioula, cujos idealizadores foram homens. Em 1948, eles idealizaram a primeira entidade tradicionalista do Rio Grande do Sul, que foi o "35 CTG", em Porto Alegre. Embora tenha rompido com grande sucesso, a presença feminina foi mais acanhada. A mulher custou muito a integrar-se.
O grande e incansável companheiro Cyro Dutra Ferreira, em sua obra "35 CTG" – O Pioneiro do Movimento Tradicionalista, faz o seguinte registro: Somente em junho de 1949, aconteceu a primeira reunião com moças da sociedade, especialmente convidadas. Dela participaram: Maria Zulema Paixão Côrtes, Derce Paixão Côrtes, Suli Dutra Soares, Sarita Dutra Soares, Lory Meireles Kerpen, Íris Piva, Norma Dutra Ferreira, Nora Dutra Ferreira, Damásia Medeiros Steinmetz e Linda Brasil Degrazzia. Na reunião, foi apresentada e aprovada a proposta da criação da Invernada das Prendas, tendo sido nomeada como Posteira Lory Meireles Kerpen. Também foram convidadas Lia Eilert dos Santos e Cyra Eilert dos Santos, as quais não obtiveram permissão do "velho", que queria primeiro ver no que dava a coisa... De fato e de direito, as irmãs Marilia e Ludemilla Zarrans são consideradas as primeiras prendas do movimento, pois, em algumas oportunidades, foram as duas primeiras colaboradoras do "35". Também é registrada a presença da menina Verinha Simch Vieira, que por ser criança, tinha a permissão de descer para o porão, visto que seu tio Cincha participava das reuniões.

A transformação política, social, econômica e tecnológica chegou ao Rio Grande do Sul, obrigando a mulher gaúcha, a prenda tradicionalista sair às ruas, em busca de melhores condições de sobrevivência, porém conservando intacto o seu sentimento pela tradição gaúcha.
          Como mulher partícipe da sociedade gaúcha, como mulher tradicionalista, como mulher profissional, mãe, dona de casa, tenho a convicção de que a mulher conquista tudo que desejar, sem colocar-se contra o homem, até porque seria um desperdício, mas colocar-se ao lado dele, conquistando, com galhardia e absoluto zelo, seu espaço, sua valorização pessoal e profissional, um lugar em que não precise falar em machismo & feminismo, baseado na autenticidade, na participação conjunta num mundo estruturado no amor e na paz social.


  Fonte: http://www.gauchinha.com.br/cultura.htm

O Laçador

O Monumento "Laçador" foi criado por Antonio Caringi, inaugurado em 20/09/1958, no Largo do Bombeiro, em Porto Alegre - RS, tendo por modelo Paixão Côrtes. Este monumento possui 4,45 metros e está assentado num pedestal de granito, totalizando 6,55 m e pesando 3,8 toneladas.

     João Carlos D'Avila Paixão Côrtes, nasceu em 12/07/1927 em Sant'Ana do Livramento - RS, é engenheiro agrônomo, mas tornou-se mundialmente conhecido como estudioso da Tradição Rio-Grandense, com um sem número de trabalhos aprovados em Congressos Tradicionalistas, sendo o maior divulgador da tradição gaúcha na América do Sul.
     Paixão Côrtes iniciou cedo pesquisas do folclore rio-grandense, registrando com gravadores, filmadoras e máquinas fotográficas todo o rico material da cultura do homem campesino gaúcho. Pesquisa essa que estendeu-se até peças originais de museus como o Louvre, de Paris, do Museu do Trajo Português, de Lisboa, Museu do Prado, de Madri, Museu Militar, da Escócia, Victória and Albert, de Londres, e tantos outros da América do Sul.

     Paixão Côrtes é o se que pode chamar de tradicionalista de primeira Hora, visto ter sido integrante do "Grupo dos Oito", que fundou o "35 - CTG" em 1948, que foi o primeiro CTG fundado, originando daí todo o Movimento Tradicionalista do qual fazemos parte com tanto orgulho.

     É criador dos símbolos da "Chama Crioula", do "Candeeiro Crioulo" e da "Semana Farroupilha". 


Em 1953, fez nascer o famoso conjunto folclórico "Tropeiros da Tradição", iniciando assim uma nova era profissional na projeção folclórica das danças e temas nativos. Na área discográfica atuou em 7 (sete) long-plays cantando, com os quais recebeu prêmios como, melhor Realização Folclórica Nacional (1962) e melhor Cantor Masculino do Folclore do Brasil (1964).
Como comunicador, Paixão Côrtes tem mais de 40 anos de dinâmica atividade, atuando em conceituados programas de rádio Rio-Grandenses, sendo o criador, com Darcy Fagundes do famoso "Grande Rodeio Coringa" em 1955, programa esse que reformulou a programação gauchesca de auditório do Rio Grande. Paixão Côrtes é responsável também pelo surgimento de "Festa de Galpão"(1953), "Festança da Querência"(1.958), "Domingo com Paixão Côrtes" e "Querência", estes dois últimos em plena vigência na rádio Guaíba.

     Atuou como consultor de costumes e revisor de texto para a televisão e cinema. E como ator encarnou o expressivo Pedro Terra no filme "Um Certo Capitão Rodrigo", dirigido por Anselmo Duarte, baseado no romance "O Tempo e o Vento" de Érico Veríssimo.

     Como bailarino e cantor, Paixão Côrtes viajou oito vezes para a Europa, atuando na mais famosa casa de espetáculos européia, no Olimpia de Paris, permanecendo cinco meses na França apresentando nossas danças folclóricas também nos palcos da Universidade de Sorbonne, Teatro
Mogador, Prefeitura Parisiense e outras casas noturnas. Atuou também na Alemanha, na "Feira Mundial de Transportes e Comunicações", em Munique, no "Cassino de Estoril", em Lisboa, e na "Feira Rural de Santarém", em Portugal.

     Em 1986 Paixão Côrtes retornou à Europa, distribuindo na Inglaterra e Escócia sua obra "The Gaúcho, Dances Costumes, Craftsmanship" impresso em inglês. Na BBC de Londres apresentou-se cantando e dançando temas gauchescos, acompanhado pelo conjunto musical "Os Farrapos" (Disco de Ouro / 1988). 


Foi conferencista no Arquipélago Açoriano Português em intercâmbio cultural entre "Ilhéus" e "Gaúchos".

     Cabe ressaltar que Paixão Côrtes não está vinculado a nenhuma instituição governamental, quer Municipal, Estadual ou Federal, nem recebe qualquer subvenção de qualquer órgão internacional.
Quis a história que se fizesse justiça a esse gigante do tradicionalismo, eternizando sua figura no bronze do "Laçador" do qual foi modelo para o escultor Antonio Caringi, em 1954, imagem esta escolhida como símbolo de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.

Fonte: http://www.gauchinha.com.br/cultura.htm

Fogo de Chão

As longas noites de inverno, nas primitivas tribos indígenas levaram os nativos a descobrir o "Fogo de Chão". Próximo de suas ocas construíam locais onde as famílias reuniam-se ao redor do fogo.

     As brasas incandescentes eram um verdadeiro convite para o doce aconchego, quando o frio parecia congelar o ideal, a vida e o próprio tempo.

     As lidas campeiras passaram a ser o tema central, enquanto o chimarrão corria de mão-em-mão. O "Fogo de Chão" aquecia o sentimento nativo do mestiço, projetando-se o ideal campeiro do gaúcho e isso foi passado de geração para geração. Ao redor do "Fogo de Chão", nas rodas de
chimarrão, foram tomadas grandes decisões históricas do Rio Grande do Sul.
     A convivência galponeira é tão tradicional no Rio Grande do Sul, que numa fazenda chamada Boqueirão em São Sepé, um "Fogo de Chão" é mantido aceso há mais de duzentos anos. A fazenda Boqueirão fica no distrito de Vila Block, município de São Sepé a 260 km de Porto Alegre. O fogo é alimentado por toras de madeira de lei chamadas guarda-fogo ou lenha de combustão, o que permite que a chama se mantenha acesa enquanto todos dormem. A história conta que este
fogo foi aceso por um índio charrua ou por um negro escravo e mantido ao longo do tempo devido inicialmente às dificuldades de se fazer fogueiras, e, posteriormente como forma de ver-se mantidos os caprichos do Patrão. A chama acesa arde constantemente num galpão com estrutura de 1818, tornando-se hoje centro de romarias nativistas e tradicionalistas.

O que é um CTG

Os Centros de Tradições Gaúchas ( CTG ) são sociedades sem fins lucrativos, que buscam divulgar as tradições e o folclore gaúcho. É um local de integração social dos tradicionalistas.

     Nestas entidades, a maioria dos trabalhos é voluntária. Nos fandangos, almoços e jantares toda a preparação fica a cargo das famílias dos associados, desde o churrasco até o arroz carreteiro. Nos CTG's acontece o encontro de gerações, pois convivem netos, pais e avós. Ali se ensina, se aprende, se trabalha e se diverte. É o local de fandangos (bailes), de churrascadas, sarau de prendas, etc.

     Esse convívio de gerações ajuda a melhorar o relacionamento entre pais e filhos, a desenvolver o respeito e também a responsabilidade, aprender o que é a hospitalidade e a solidariedade e despertar o civismo e o amor à Pátria.


Fonte: http://www.gauchinha.com.br/cultura.htm

A Cozinha Gaudéria

A cozinha gauchesca é rica, variada e desconhecida. O gaúcho campeiro é essencialmente um devorador de carne, com pratos preparados com carne de boi, ovelha, porco e galinha, com exceção do morador da região litorânea, e evidentemente na Semana Santa, quando são feitos os pratos à base de peixes, e o gaúcho se tornapescador em rios e lagoas, visto que de quarta-feira em diante, nesta semana, substitui a carne pelo pescado, retornando às suas origens alimentares com o tradicional cordeiro assado no Domingo de Páscoa.

     A cozinha gaúcha conta com mais de uma centena de pratos típicos, sofrendo a influência da colônia alemã e da italiana. Curiosamente,não existe relação com a culinária de origem portuguesa, indígena ou castelhana.

     Apesar de rica e variada, não podemos nos esquecer que este era oalimento do gaúcho de bota, bombacha e cavalo na dura lida campeira. Hoje, grande parte dos gaúchos trocou o "pingo" pelo automóvel, o laço do dia a dia pelo esporte no piquete de laçadores, a atividade de carnear pelo balcão do açougue, e fizemos a terrível descoberta do colesterol...

     Não é o caso de um gaudério como eu, que alço a perna na cadeira estofada, preparo o meu teclado e rodo o mundo na internet... então o velho ditado: "Todo excesso é perigoso"... reserve esses quitutes para os finais de semana, sempre regado ao bom mate.

     Para aqueles que já sentem o peso da idade, ou que se emocionam quando ouvem a música "Veteranos", cuidado, é bom ler também o texto bem retratado na poesia "Penúltima China" do grande Antônio Augusto Fagundes, onde em certa estrofe diz: "... e adeus canha do bom tempo... de cigarro, nem te falo... não mais pular a cavalo, agüentar uma briga... agora é dor de barriga, pressão alta, desconforto, míope, vesgo ou torto. Não come churrasco gordo, nem chega perto do sal, la pucha que no final, o homem, velho animal, é o mesmo que um burro morto...

Fonte: http://www.gauchinha.com.br/cultura.htm

Origen da Palavra Gaúcho

No início, quando toda a atividade se resumia à extração do couro do gado selvagem, os habitantes do pampa eram designados como guascas, palavra que significa tira de couro cru.
Só mais tarde, por volta de 1770, de acordo com o historiador argentino Emilio Coni, vai aparecer o termo gaudério, aplicado aos "aventureiros paulistas que desertavam das tropas regulares para se tornarem coureadores e ladrões de gado".

     Considerado pioneiro nas pesquisas sobre o tema, Coni afirma que a expressão "gaúcho" torna-se corrente nos documentos a partir de 1790 como sinônimo de gaudério e também para designar os ladrões de gado que atuavam nos dois lados da fronteira.
O pesquisador uruguaio Fernando Assunção informa ter encontrado em 1771 uma correspondência ao governador Vertiz, de Buenos Aires, pedindo providências contra "alguns gahuchos" que andavam assaltando estâncias e roubando na região.

     Uma coisa é certa: até a metade do século dezenove, o termo gaúcho era ainda depreciativo, "aplicado aos mestiços de espanhol e português com as índias guaranis e tapes missioneiras". Saint Hilaire, nos seus minuciosos apontamentos de 1820, ainda menciona "esses homens sem religião nem moral, na maioria índios ou mestiços que os portugueses designavam pelo nome de Garruchos ou Gahuchos".

     Quanto à origem da palavra, há muitas divergências. Alguns autores afirmam que o termo gaúcho vem do Guarani. Significaria "homem que canta triste", aludindo provavelmente à "cantilena arrastada dos minuanos".

     A maioria dos autores rio-grandenses, no entanto, aceita outra explicação: seria uma corruptela da palavra Huagchu, de origem quêchua, traduzida por guacho, que significa órfão e designaria os filhos de índia com branco português ou espanhol, "registrados nos livros de batismo dos curas missioneiros simplesmente como filho de fulano com uma china das Missões", de acordo com Augusto Meyer.


Fonte: http://www.gauchinha.com.br/cultura.htm

Hino Riograndense


O Hino Riograndense têm algumas curiosidades. Entre elas, uma estrofe retirada do original na década de 60 e que o tranformou no que é hoje, e a história da sua origem, que envolveria prisioneiros dos farroupilhas na sua criação e elaboração. Leia no final desta postagem.
Quanto ao hino, encontrei este vídeo com ele cantado completo, inclusive a estrofe retirada em 1966.

Letra do Hino Riograndense, com a estrofe retirada em 1966.

Como aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o vinte de setembro
O precursor da liberdade

Refrão
Mostremos valor constância
Nesta ímpia injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra

“Que entre nós, reviva Atenas
para assombro dos tiranos
Sejamos gregos na glória
e na virtude, romanos”

Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo

A história do Hino

Conta a história...,
"que em 1838, na Batalha do Barro Vermelho, em Rio Pardo (RS), durante a Guerra dos Farrapos, os rebeldes cercaram os soldados leais ao Império e prenderam o maestro Joaquim José de Mendanha e os músicos da banda do 2º Batalhão de Fuzileiros Imperial. Foi assim, que um maestro mineiro, monarquista, mulato, prisioneiro, foi obrigado a compor uma música para o Hino da República Rio-Grandense.

Alguns anos depois, o maestro foi acusado de plagiar uma valsa de Strauss e a letra teve três versões, sempre contestadas; a que prevaleceu foi de um poeta popular conhecido como Chiquinho da Vovó.

Foi num salão de baile de Rio Pardo, diz o diretor de documentário apresentado pela RBS TV, Rene Goya Filho, que o hino foi apresentado pela primeira vez. Por isso, levaram um grupo de músicos para apresentar, no mesmo local em que o Hino Rio-Grandense foi executado pela primeira vez, a versão considerada como original". 



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Contribuição dos Espanhóis ao RS


Pecuária, a maior contribuição

A influência espanhola se fez sentir no Rio Grande do Sul, desde a sua formação. Pode-se mesmo falar que, sem a participação espanhola, a pecuária - que seria a base da economia gaúcha durante o século XIX e início do XX - não existiria com a importância que tem. Mas não é só isso: no linguajar da fronteira, nas influências culturais, países de língua hispânica desempenharam um importante papel no nosso século.

Não poderia ser de outra forma. Afinal, o Rio Grande representou a principal zona de contato - e conflito - com os vizinhos espanhóis. Atualmente, metade de nossos limites territoriais se encontra com nações de origem hispânica: ao sul está o Uruguai, ao oeste a Argentina. No século XVII todo o atual estado estava em mãos espanholas. No século seguinte os portugueses conquistaram algumas áreas, e boa parte do território gaúcho voltou a ficar em mãos espanholas - suas tropas invadiram o sul do estado, ocupando a cidade de Rio Grande por 13 anos. Já no início do século XIX a situação foi inversa: foi o Brasil que ocupou a área do Uruguai, incorporando-o ao seu território como Província Cisplatina.

Mas a maior contribuição espanhola, em termos econômicos, pode ser considerada a introdução de bovinos no Rio Grande do Sul. Durante o século XVII, quando formaram suas reduções com os índios guaranis, os jesuítas se preocuparam em dispor de grandes rebanhos de gado para garantir a alimentação de seus tutelados. Graças a isso e a ameaças de vinganças divinas é que eles mantiveram os índios reunidos. Quando os jesuítas foram expulsos, o gado ficou e se proliferou, tornando-se uma atração para portugueses e espanhóis. Os paulistas das bandeiras e os lagunenses que primeiro penetraram em território gaúcho o faziam em busca de gado.

Também em termos culturais a influência espanhola se fez presente, em especial na zona da Campanha. Ali, vivendo situações parecidas e com atividades econômicas idênticas, os gaúchos dos dois lados desenvolveram vestimentas extremamente semelhantes. Também a alimentação é bastante parecida: a carne é a base alimentar de todo o pampa.

Na região de Santa Vitória do Palmar, a influência platina se fez sentir até bem entrado o século XX. Isolados do resto do país e do estado antes da pavimentação da BR-471, que liga o município à cidade de Rio Grande, os moradores compartilhavam muito mais das atividades do Uruguai do que das do Brasil. Era com times uruguaios que se jogava futebol, os jornais e revistas vinham daquele países, se escutavam as rádios de lá. E isto se justificava: afinal a cidade uruguaia mais próxima, Castilhos, está a apenas 70 quilômetros, enquanto que Rio Grande fica a 238 quilômetros.

A proximidade trouxe influências linguísticas, com vários termos se "acastelhanando". Essa situação também ocorreu em outros pontos da fronteira, onde a mescla de termos castelhanos e portugueses no linguajar cotidiano é freqüente. E, se houve influência na linguagem, também houve na arte: a poesia campeira, com seus poemas gauchescos, é comum aos três países do Cone Sul.

Costumes e hábitos da fronteira

No Rio Grande do Sul não existe uma cidade que possa ser considerada espanhola. Nem mesmo um bairro. E, se houver, serão poucas as famílias que, em casa, somente falam espanhol. Ao contrário dos esforços feitos em outras etnias, não existe um trabalho de recuperação e preservação das velhas tradições, procurando mantê-las vivas no dia-a-dia das pessoas.

Para um estado que, no passado, teve suas terras pertencentes à Coroa da Espanha, restou, portanto, muito pouca coisa intacta. Mas muita coisa, da indumentária às formas de expressão que ainda prevalecem na fronteira, permaneceu com alterações - mesclada com os costumes dos portugueses que avançaram "a ferro e fogo" para o sul, essa cultura espanhola resultou em algo novo: no homem gaúcho, com uma cultura própria.

O gaúcho, segundo historiadores da fronteira, "é mais espanhol que português". Em Santa Vitória do Palmar, por exemplo, alguns termos e formas de expressão deixam isso muito claro. Situada nos antigos Campos Neutrais (que não pertenceriam nem a Portugal e nem à Espanha) estabelecidos pelo Tratado de Santo Ildefonso, de 1777, Santa Vitória não conhece o pássaro joão-de-barro por esse nome mas como ornero. O pardal é corrião. E não se diz "não o viste", mas não lo viste.

Algo semelhante acontece em Livramento, como, de resto, em toda a fronteira com o Uruguai. Ali, quando se vai a uma loja comprar um ferro elétrico pede-se uma plancha. Esse verdadeiro dialeto da fronteira é tão forte, que as pessoas, mesmo que se policiem, acabam utilizando termos regionais em sua comunicação habitual. Mas, é claro, isso não se trata de espanhol.

O que é uma autêntica tradição espanhola é o velho costume que vem se mantendo no tempo, de empinar pandorgas (papagaios) na sexta-feira santa. As pessoas saem cedo de casa, com um farnel na mão e a pandorga pendurada nas costas, e seguem para os cerros da região, longe dos fios que fazem a transmissão de energia, para dedicar-se ao esporte.

Trata-se de um costume muito antigo. A prova de que se trata de uma tradição espanhola foi obtida em Valencia, na Espanha, graças a pesquisa de historiadores da região, segundo a qual o costume foi levado a Livramento pelos espanhóis que chegaram à cidade através do porto de Montevidéu em algum momento do século passado.

Como em território uruguaio a ferrovia ia até Rivera (onde foi inaugurada em 1892), espanhóis e italianos chegavam em grandes levas ao Brasil por esse caminho. Quando D. Pedro II visitou Livramento em 1865, o Conde D'Eu registrou em diário que "de duas mil almas, o elemento brasileiro não representa metade". Dentre os europeus, informou ele, predominavam os italianos. Os próprios registros da Associação Comercial da cidade indicam que, no final do século passado, a maior parte dos comerciantes locais era composta por espanhóis e italianos.

A influência dos anarquistas

Junto com eles, porém, chegou outro tipo de espanhóis - os anarquistas, que fugiam de seu país. Estes não só consolidaram um numeroso grupo na cidade, como, ali, patrocinaram o que deve ter sido uma das primeiras greves do Rio Grande do Sul, a dos funcionários do Armour, nas primeiras décadas deste século. Existem fotografias de cartazes escritos em espanhol durante a greve dos trabalhadores do frigorífico, que foi fundado na cidade em 1917 e ainda opera, mas como uma unidade de outro grupo empresarial.

Não existem mais anarquistas em Livramento, mas os descendentes de espanhóis ainda são ativos, reunindo-se na Sociedade Espanhola de Socorros Mútuos. Seus descendentes continuam presentes no comércio, agora também engrossado por uruguaios voltados para o fornecimento de mercadorias para a população de seu país, que realiza parte de suas compras no lado brasileiro.

Esta, aliás, é uma característica de toda a fronteira. Gaúchos se abastecem no Uruguai ou Argentina e vice-versa. Com isto é comum existirem comerciantes brasileiros no lado uruguaio ou argentino e comerciantes uruguaios ou argentinos no lado brasileiro. Em Jaguarão, por exemplo, se acredita que 20% do comércio está em mãos de uruguaios. De outro lado, são moradores de Jaguarão que detêm cerca de 40% da produção uruguaia de arroz.

Jaguarão está onde antigamente havia a Guarda da Lagoa e do Cerrito, constituída em 1791 pela Coroa Espanhola, já que as terras do lado de cá do rio Jaguarão estavam dentro de seus domínios. Por isso, dos pouco mais de 200 anos da cidade uruguaia de Rio Branco (separada por um riacho de Jaguarão), dez foram passados em território brasileiro. O ano que marca o início oficial do povoamento de Jaguarão é 1801.

A posse da terra nessa faixa da fronteira sempre foi muito conturbada. Os problemas começaram quando Portugal conquistou a Colônia de Sacramento em 1680. Nessa época, todo o Rio Grande do Sul, onde floresciam as reduções jesuíticas, era espanhol. Para apoiar os conflitos permanentes pela posse da Colônia - que trocou de mãos inúmeras vezes -, Portugal criou um núcleo de povoamento em Rio Grande no ano de 1737. De 1763 a 1776 os espanhóis, procurando recuperar terreno perdido, ocuparam Rio Grande.

Em 1817 o governo português incorporou todo o atual Uruguai, dando-lhe o nome de Província Cisplatina, o que somente durou até 1828, quando os uruguaios garantiram sua independência. Os conflitos de terra na região, porém, ainda perduram, embora sem maiores problemas diplomáticos - reclamando de uma medição feita em 1856, os uruguaios alegam que uma área de 22 mil hectares que está em território brasileiro (onde foi fundada a Vila Thomaz Albornoz, em Livramento) na verdade lhes pertence.

Das degolas à integração

Todavia, não existem mais conflitos.

Poucas pessoas ainda sabem que as califórnias da canção, realizadas anualmente em Uruguaiana para cultuar as tradições musicais do estado, derivam de algo não tão pacífico - antigamente, califórnias eram as expedições punitivas que comandantes brasileiros faziam em território uruguaio contra abusos praticados contra brasileiros que lá moravam.

Antigamente, quem não conseguia dizer "pauzito" pronunciando o "z" era degolado, já que o castelhano dá a pronúncia do "c" em lugar do "z". Hoje os gaúchos casam com os castelhanos e as cidades fronteiriças são quase uma única comunidade.

De tão pacífica que é a fronteira, velhos aposentados que não têm onde morar e que passaram a vida trabalhando como peões nas estâncias, preenchem seus dias vagando entre uma fazenda e outra nos dois lados, sendo abrigados e alimentados gratuitamente com base numa lei não escrita dos pampas.

Nas cidades, a colaboração é ainda mais ampla: em Livramento, por exemplo, as redes de água e energia são interligadas com as de Rivera, para que uma cidade socorra a outra em caso de necessidade. Quando se tratar de um assassinato, também está convencionado que a investigação e o inquérito correrão na repartição do país onde for encontrado o corpo.

Fonte: http://www.riogrande.com.br/historia/colonizacao9.htm  Acesso em 20/08/2012

Ditados Populares


O QUE É DITADO POPULAR OU PROVÉRBIOS

            Máxima, breve, popular; adágio, anexim, ditado: Pequena comédia que tem por entrecho o desenvolvimento de um provérbio.
                  É máxima sentença, popularizada ou consagrada pelo uso, a qual é menos vulgar, que o adágio e de moral mais segura e severa. Pode ser de autor desconhecidos ou conhecidos como os do "Salomão"- "Até o insensato passará por sábio se estiver calado, e por inteligente se conservar os lábios fechados".

DITADOS POPULARES : DE ONDE SURGIRAM?   

                 Ditado, como o próprio nome diz, é a expressão que através dos anos se mantém imutável, aplicando exemplos morais, filosóficos e religiosos. 
                Os provérbios e os ditados populares constituem uma parte importante de cada cultura.
                Historiadores e escritores já tentaram descobrir a origem dos ditados populares, mas essa tarefa não é fácil.

"SANTINHA DO PAU OCO" 
Expressão que se refere à pessoa que se faz de boazinha, mas não é. Nos século XVIII e XIX os contrabandistas de ouro em pó, moedas e pedras preciosas utilizavam estátuas de santos ocas por dentro. O santo era "recheado" com preciosidades roubadas e enviado para Portugal.

"NÉVOA BAIXA, SOL QUE RACHA" 
Ditado muito falado no meio rural. A Climatologia o confirma. O fenômeno da névoa ocorre geralmente no final do inverno e começo do verão. Conhecida também como cerração, a névoa fica a baixa altitude pela manhã provocando um aumento rápido da temperatura para o período da tarde.

"SEM EIRA NEM BEIRA" 
Significa pessoas sem bens, sem posses. Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada. Na região nordeste este ditado tem o mesmo significado mas outra explicação. Dizem que antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira como era chamada a parte mais alta do telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado triplo, então construíam somente a tribeira ficando assim "sem eira nem beira".

A

* Antes tarde que nunca.
* A fruta proibida é a mais apetecida
* A morte não escolhe idades
* A pensar morreu um burro
* A sorte de uns é o azar de outros
* A ambição cerra o coração
* Aqui se fazem, aqui se pagam
* A pressa é inimiga da perfeição
* Águas passadas não movem moinhos
* A consciência tranquila é o melhor remédio contra insônia
* A verdade gera o ódio
* Amigo não empata amigo
* Amigos, amigos negócios à parte
* Antes aqui que na farmácia
* Aquilo que sabe bem ou é pecado ou faz mal
* Animal que urina para trás, coloca o dono para frente.
* A cobra vai fumar.
  * A instrução é a luz do espírito.
* A alegria atrai simpatia.
* A verdade fala pela boca dos pequenos.
* A dor ensina a gemer.
* Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura
* A união faz a força
* A ocasião faz o ladrão
* As aparências enganam
* A água silenciosa é a mais perigosa
* A minha liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros.
* A ignorância é a mãe de todas as doenças.
* Amigos dos meus amigos, meus amigos são.
* A cavalo dado não se olha os dentes
* A montanha pariu um rato.
* Ainda que sejas prudente e velho, não desprezes o conselho.
* Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não enganam o mundo.
* A função faz o órgão.
* Antes só do que mal acompanhado.
* Antes que o mal cresça, corta-lhe a cabeça.
* Antes que o mal cresça, corte o mal pela raiz.
* A pobre não prometas e a rico não devas.
* A mulher e a sardinha, querem-se da mais pequenina.
* A galinha que canta como galo corta-lhe o gargalo.
* A felicidade é algo que se multiplica quando se divide.
* A apressada pergunta, vagarosa resposta
* A corda faz a velha gorda e a menina formosa
* A boca do ambicioso só se fecha com terra de sepultura
* A boda e a batizado, não vás sem ser convidado
* A fome faz sair o lobo do mato
* A fome é a melhor cozinheira
* A galinha do vizinho é sempre mais gorda do que a nossa
* A ignorância da lei não desculpa a ninguém
* A ignorância é o pior de todos os males
* A intenção é que conta
* A laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata
* A morte não escolhe idades
* A (necessidade|fome) aguça o engenho
* A noite é boa conselheira
* A ocasião faz o ladrão
* A ociosidade é mãe de todos os vícios
* A palavra é de prata e o silêncio é de ouro
* A palavras (ocas|loucas) orelhas moucas
* A pensar morreu um burro
* A preguiça é a mãe de todos os vícios
* A roupa suja lava-se em casa
* A união faz a força
* A água corrente não mata a gente
* A ajuda-te que Deus te ajudará
* Amor com amor se paga
* Antes a minha face com fome amarela, que vermelha de vergonha
* Antes a morte que tal sorte
* Antes cegues que mal vejas
* Antes dentes que parentes
* Antes que cases vê o que fazes
* Antes quebrar que torcer
* Antes só que mal acompanhado
* Antes tarde do que nunca.
* Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um
ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira,
este é um criminoso.
* Ao diabo e à mulher nunca falta que fazer
* Ao rico mil amigos se deparam, ao pobre seus irmãos o
desamparam
* Ao rico não faltes, ao pobre não prometas
* Aquilo que sabe bem ou faz mal ou é pecado
* As aparências iludem
* As fezes é a mesma, as moscas é que mudaram
* As boas contas fazem os bons amigos
* As cadelas apressadas parem cães tortos
* As más noticias chegam depressa
* As palavras voam, a escrita fica
* As (palavras ou conversa ...) são como as cerejas, vêm
umas atrás das outras
* As rosas caem os espinhos ficam atrás de mim virá
que de bom me fará
* Até ao lavar dos cestos é vindima
* Azar no jogo, sorte no amor
* Água e vento são meio sustento
* Água mole em pedra dura tanto bate até que fura
* Águas passadas não movem moinhos
* Amor com amor se paga